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Corresponsabilidade social: Como mobilizar pessoas de dentro para fora

  • culturadedoar
  • 17 de nov.
  • 3 min de leitura

Por Marília Camargo, gestora de projetos e parcerias na ONG Gaia+ e integrante do Movimento por uma Cultura de Doação.


Imagem gerada por I.A.
Imagem gerada por I.A.

Corresponsabilidade social não é um “extra” do negócio — é parte da forma como a organização enxerga seu papel no mundo. E, para sair do discurso e virar prática, precisa envolver quem faz a empresa acontecer no dia a dia: as pessoas colaboradoras. A boa notícia é que mobilizar não depende de ações grandiosas, e sim de diversificar oportunidades de participação, valorizar quem se engaja, convidar com recorrência e consistência e conectar tudo isso ao trabalho real. A seguir, compartilharei etapas simples que você pode aplicar já ou usar como benchmarking na sua empresa.


Diversifique as portas de entrada: cada pessoa se conecta com a causa de um jeito. Ofereça um portfólio de participação que contemple diferentes perfis e tempos.

  • Microdoações e recorrência: arredondamento de folha, doação mensal de pequeno valor, campanhas com matching da empresa.

  • Voluntariado sob medida: ações pontuais (mutirões) e voluntariado de competências (mentoria, design, TI, jurídico, finanças).

  • Destinação incentivada institucional: envolva o time na curadoria de projetos para onde a empresa direciona parte do imposto devido.

  • Clubes de causa: grupos internos (afinidades/chapters) que estudam, propõem e executam iniciativas alinhadas ao calendário social.

  • Campanhas sazonais: doação de inverno, volta às aulas, Dia de Doar — sempre com objetivos claros e metas factíveis.


Valorize quem participa (e como participa): reconhecimento não é só “post” na intranet; é criar símbolos, rituais e feedbacks que mostram que o engajamento importa.

  • Agradecimento concreto: certificados, cartas das instituições parceiras, momentos de “show & tell” nos encontros de área

  • Indicadores visíveis: um painel simples com horas doadas, número de participantes, recursos mobilizados e histórias de impacto.

  • Crescimento na carreira: considere o engajamento social como experiência desenvolvedora (liderança, comunicação, gestão de projetos).

  • Segurança e inclusão: políticas claras para evitar exposição indesejada, respeitar agendas e garantir que ninguém seja pressionado a participar.


Convide com recorrência e consistência: engajamento é hábito. Mantenha a cadência para que a causa não apareça só “quando dá”.

  • Calendário anual com marcos e picos de mobilização; evite concentrar tudo no fim do ano.

  • Rotina de comunicação: pílulas quinzenais com chamadas simples (“o que é”, “por que importa”, “como participar em 3 passos”).

  • Embaixadoras(es) de causa: pessoas de diferentes áreas que lideram convites, tiram dúvidas e conectam ações ao contexto das equipes.

  • Fricção baixa: formulários curtos, inscrições one-click, trilhas de onboarding para voluntariado e doação.


Conecte a ação ao dia a dia do negócio: a mobilização ganha força quando dialoga com o que a empresa faz e sabe fazer.

  • Alinhamento de competências: squads pro bono para resolver desafios reais de ONGs (processos, dados, comunicação).

  • Tempo dedicado: política de VTO (Volunteer Time Off) e sprints sociais planejados em períodos de menor pico operacional.

  • Produtos e ativos: uso responsável de espaços, tecnologia, logística e canais para potencializar iniciativas parceiras.

  • Aprendizagem aplicada: transforme experiências sociais em conhecimentos para inovação, experiência do cliente e cultura interna.


Garanta governança simples (e ética): sem burocratizar — mas com seriedade.

  • Comitê de causa com representantes de áreas, metas e orçamento definidos.

  • Curadoria de parceiros: critérios de seleção, due diligence, diversidade de territórios e perfis atendidos.

  • Medição e prestação de contas: KPIs de adesão (participantes únicos, recorrência), de esforço (horas, recursos), e de resultado (indicadores das organizações apoiadas).

  • Comunicação responsável: contar histórias com consentimento, foco em dignidade, dados e aprendizados — comunicar para prestar contas, não para autopromoção.


Um roteiro enxuto de 90 dias para sua empresa iniciar:

  • Dias 1–30: mapear interesses do time, formar o comitê, definir 2–3 causas prioritárias, escolher parceiros e criar o calendário.

  • Dias 31–60: lançar um piloto com duas portas de entrada (ex.: doação recorrente + voluntariado de competências), com embaixadoras(es) em 3 áreas.

  • Dias 61–90: publicar o primeiro painel de resultados, reconhecer quem participou, coletar feedback e escalar para mais áreas.


Chamada para ação: Todo mundo conta. 


A transformação social não é tarefa de um departamento; é corresponsabilidade de todas as pessoas. Se você lidera, habilite e reconheça. Se você é colaboradora ou colaborador, traga uma causa, junte amigas(os), proponha um piloto. Mesmo quando, como pessoa física, o orçamento é curto, ajudar a destravar a destinação institucional e o voluntariado de competências multiplica seu alcance de impacto. Mobilizar é criar caminhos para que o melhor da empresa — suas pessoas, conhecimento e energia — encontre o que o mundo mais precisa. Consistência, clareza e cuidado fazem o resto.


Texto elaborado com apoio de IA.

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Produzido pela equipe do Movimento por uma Cultura de Doação 2024

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