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Raios e tempestades à vista!

Conheça cinco riscos globais apontados pelo Fórum Econômico Mundial, que desenham um panorama desafiador para a Cultura de Doação.



Por Andréa Wolffenbüttel, consultora associada ao IDIS e membro do Comitê Coordenador do MCD


Quase todos nós vivemos um cotidiano corrido, repleto de entregas ‘para ontem’, que não nos permite destinar muito tempo a olhar para o que nos espera mais à frente.


Por isso, achei importante escrever sobre o Relatório de Riscos Globais, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, no final de janeiro. O documento aponta dez riscos de curto prazo, para os próximos dois anos e mais dez de longo prazo, com impacto para dez anos.


Selecionei cinco desafios, na lista de curto prazo, que, na minha avaliação, mais afetam a Cultura de Doação.


1º lugar: Custo de vida alto e inflação

Os efeitos de longo prazo da pandemia, aliados à guerra na Ucrânia, têm dificultado a estabilização econômica de muitos países, gerando descontrole de preços e inflação. A alta de preços é considerada a ameaça mais grave e o Relatório cita nominalmente o Brasil como um dos países mais propenso a sofrer as consequências. Isso significa mercadorias mais caras pressionando o bolso do consumidor e menos recursos disponíveis para doação.


2º Lugar: Desastres naturais e eventos climáticos extremos

Os sucessivos fracassos na mitigação das mudanças climáticas trazem a perspectiva de continuidade e agravamento dos desastres naturais e dos eventos climáticos extremos. Doadores e organizações sociais devem se preparar para uma demanda cada vez maior de mobilização de recursos para ajuda em situações de desastres.


3º lugar: Enfraquecimento da coesão social e polarização política

O quadro de polarização política estabelecido em vários países prejudica o senso de pertencimento e identidade dentro dos integrantes de uma mesma sociedade. Trazendo efeitos negativos sobre a solidariedade, uma das forças motrizes da Cultura de Doação. Mais uma vez, o Brasil é mencionado no documento como um dos exemplos dessa ameaça. Conseguir transmitir a mensagem de que as populações mais vulneráveis são compostas por pessoas de todos os matizes políticos será um desafio a ser enfrentado pelos ativistas da Cultura de Doação.


4º lugar: Tecnologia exacerbando as desigualdades

A tecnologia avança cada vez mais rápido e acompanhar essa evolução exige grandes volumes de investimentos, tanto por parte de governos como da iniciativa privada. Os países que não conseguirem acompanhar o ritmo ficarão para trás e terão mais dificuldade para lidar com problemas nas mais diversas áreas, desde saúde e educação até a produção de alimentos. Obviamente, as organizações da sociedade civil não escapam dessa condição e muitas precisarão de apoio para evitar o aprofundamento do fosso entre as entidades que ‘conseguem’ e as que ‘falham’, por conta da tecnologia.


5º lugar: Aumento da migração involuntária

Consequência direta de crises econômicas e políticas e dos desastres naturais, a tendência é que o número de refugiados cresça muito em diversas partes do mundo. Apesar de não ser um destino tão cobiçado quanto a Europa e os Estados Unidos, o Brasil tem visto o número de imigrantes estrangeiros aumentar, desde os venezuelanos, que chegam pelas fronteiras até os haitianos que desembarcam em nossa longa costa. Quase sempre sem recursos, eles se transformar rapidamente em população vulnerável, que demanda o apoio do governo e das organizações da sociedade civil.


Espero que essa lista com os desafios que temos pela frente não provoque desânimo. A ideia é que ela nos ajude a pensar e planejar como podemos dar o nosso melhor para conviver e lidar com a inevitável realidade.


Você pode baixar a íntegra do relatório neste link.


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