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As emergências contribuem ou prejudicam a Cultura de Doação?

  • culturadedoar
  • há 1 dia
  • 2 min de leitura

Andrea Wolffenbüttel, consultora, co-idealizadora da Pesquisa Doação Brasil e integrante do Movimento por uma Cultura de Doação (MCD) desde 2015


Foto Agência Brasil
Foto Agência Brasil

Sempre que ocorre uma situação emergencial, essa questão reaparece nas conversas do MCD. Todos sabemos que catástrofes mobilizam doações, sobretudo aquelas que recebem grande cobertura da mídia. E todos sabemos que, logo depois, pipocam notícias sobre mau uso das doações. Seja porque situações emergenciais são momentos complexos e as organizações, muitas vezes, não conseguem gerir da melhor forma os recursos recebidos, seja porque surgem pessoas mal-intencionadas que usam a tragédia para atrair e desviar doações. 


Essas notícias minam o que há de mais precioso na relação entre o doador e a organização beneficiada: a confiança. Esse elo tão difícil de ser construído pode ser abalado rapidamente diante de fotos que mostram bens doados se estragando abandonados em um canto ou notícias sobre recursos financeiros que nunca chegaram às vítimas da catástrofe. 


No último dia 6 de agosto, o lançamento da Pesquisa Doação Brasil 2024 trouxe alguns elementos que ajudam muito na busca de uma resposta para a pergunta do título. Além dos dados habituais, esta edição da pesquisa apresenta um capítulo especial sobre doações para situações emergenciais. E os resultados são animadores. 


A pesquisa mostrou que metade dos brasileiros fez alguma doação para situações emergenciais em 2024, mas somente 10% doou exclusivamente para emergências. Ou seja, a esmagadora maioria têm vínculos de doação que vão além da emergência. 


Oitenta por cento dos doadores para emergências estão satisfeitos com as doações que fizeram, sendo que 59% declararam ter acompanhado os trabalhos das OSCs beneficiadas. Considerando que as entrevistas foram realizadas em abril e maio deste ano, referente às doações realizadas em 2024, as pessoas tiveram bastante tempo para amadurecer a opinião sobre como se sentiam. 


E, por fim, o mais importante: dois terços dos doadores emergenciais (66%) afirmaram que pretendem manter a doação para a instituição beneficiada na emergência. 


A partir desses dados, podemos começar a acreditar que as situações emergenciais provocam um efeito positivo sobre a Cultura de Doação. Claro que devemos levar em consideração que as pesquisas sofrem restrições das respostas “socialmente esperadas”. Além de soar muito estranho a afirmação de que situações emergenciais produzem algo de positivo. Mas se pensarmos que as mudanças climáticas nos ameaçam com catástrofes cada vez mais frequentes, é alentador saber que, entre todas as vítimas que elas fazem, não consta a Cultura de Doação.

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Produzido pela equipe do Movimento por uma Cultura de Doação 2024

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